quarta-feira, 23 de maio de 2007

Absurdo!

Meu Deus! Até que ponto nós chegamos! Recebi por e-mail, mas já havia visto na televisão sobre esse caso.

"O Juiz Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados.

Oliveira é juiz federal em Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. "A única diferença é que tenho a chave da minha prisão." Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas. Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País. Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões - uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua
morte. "Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil." No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. "Estou valorizado", brincou.

Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado. Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. "No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF." É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta."Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada." Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. "Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade." Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu "bunker", auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado.

Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos Leon e Laércio Araújo de Oliveira, condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$ 82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda. Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o "rei da soja" no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. "As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados."

O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha "dever de ofício" enfrentar o narcotráfico. "Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança."

Só rindo mesmo...

Essa corrupção toda ainda está no começo, pelo visto. Sempre quando alguém é descoberto, vem a celebre e padronizada frase;"Da onde vocês tiraram isso? Que absurdo! Isso é pra me derrubar! Vou provar minha inocência!". Ta bom... a Lei Maior dar-nos o princípio da presunção de inocência, mas também dá recursos mil para que esses "coitados, injustiçados" não sejam/fiquem presos.

Sabe de uma coisa? Não aguento mais falar disso.

domingo, 13 de maio de 2007

Policial militar...

Já disse aqui, em meus textos, algumas vezes, que acho incrível como os nossos policiais militares são despreparados para exercer essa função tão importante e cheia de responsabilidades. Sinceramente, o que mais me preocupa é o fator "educação". Todos PMs que vi resolvendo problemas menores como batidas de carro, brigas de trânsito e etc., mostraram-se despreparados e desinteressados por resolverem a questão. Em TODOS os casos que presenciei, os policiais militares queriam "resolver seus PRÓPRIOS problemas", recebendo "a cervejinha". São todos assim? Claro que não. Mas até hoje, só o que presenciei foram policias desonestos, corruptos, desinteressados com a profissão e sem a noção da real função que um policial desempenha.

Ontem presenciei um caso, mais uma vez, que só me faz ficar mais desacreditado ainda com os agentes da qual Instituição eles pertencem. Policia militar. Fui visitar uns amigos no bairro da Urca, no Rio de Janeiro (pra quem não conhece, a Urca é um bairro de uma única saída e uma única entrada). Estava conversando com esses amigos na rua quando um "carro guincho", na tentativa de guinchar um carro parado, quebrou o retrovisor de um carro estacionado na rua. Como a Urca é um bairro onde as pessoas se conhecem, sabiam de quem era o carro danificado e chamaram o dono. Nesse meio tempo, o guincho colocou o carro na caçamba e foi embora. Os populares pediram para um PM (que presenciou o fato) que não o deixasse ir embora (a cabine da PM fica exatamente na bifurcação das únicas entrada e saída do bairro, ou seja, se o PM não conseguisse parar o guincho na "ida", poderia pará-lo na "volta", dando 10 passo pro outro lado da rua). O aconteceu? O PM, na sua função de garantidor, de controlador social, não teve, sequer, o trabalho de atravessar a rua até esperar o carro guincho passar. Simplesmente disse que o guincho foi embora, deu meia volta até a cabine e sentou-se como se nada tivesse acontecido.

Esse é o nível dos nossos "protetores". Isso é uma vergonha! Isso é o fim!


É triste...