sexta-feira, 14 de março de 2008

O preço da fama!

Pra quem não sabe, fui ator e roteirista antes de ingressar no mundo jurídico. Na época de ator, por ter feito novelas na TV Globo, minha imagem ficou exposta ao extremo (leia-se FAMA) por um tempo na mídia. Mas foi o suficiente pra eu vivenciar muitas coisas legais e outras nem tanto. Entre elas, é claro, o sabor de andar pelas ruas e ser reconhecido, ser parado, dar autógrafos, ser agarrado em boates, ter roupas rasgadas, participações mil em bailes de debutante e etc.

Confesso que a fama "subiu" um pouco minha cabeça e me tornei, mesmo que por pouco tempo, uma pessoa arrogante, "me achando" o máximo. Pudera, jantava nos restaurantes e não pagava a conta em troca de uma foto, entrava nas boates (tinha 21, 22 anos de idade) sem pagar a entrada e nem o que consumia, era chamado para todas as festas e etc. Era tudo uma maravilha... mas nada justificava aquela mudança.

Até que um belo dia, respondi à minha mãe de forma "atravessada" e nesse dia tive, se não a maior, uma das maiores lições da minha vida. Minha mãe passou meia hora me dando um sermão gigantesco, me mostrando o quão arrogante e prepotente eu havia me tornado por alguns jantares de graça, por alguns autógrafos, por algumas roupas rasgadas.

Foi duro ouvir aquilo tudo, mas aprendi. Já faz 13 anos e até hoje lembro das palavras duras de minha mãe naquele dia. Agradeço à ela por isso. Hoje digo que quero dar a mesma educação que recebi para os meus filhos (futuros). Obrigado mãe. Você é tudo pra mim (pai, se você ler esse texto, não precisa ficar com ciúmes, pois você também é tudo pra mim, mas nesse caso estou comentando apenas desse sermão :) ). O mais engraçado é que algumas semanas atrás comentei com ela sobre esse episódio e ela não lembrava.

Mas falei isso tudo pra dizer que reencontrei (esbarrei) um amigo de infância na rua, que hoje trabalha como jornalista esportivo na Rede Globo, e está exposto na TV. Já não o via ha muitos anos. Estava andando e vi de longe esse meu amigo vindo em minha direção. Quando chegou perto, fiz menção de parar pra falar e surpreendentemente, ele continuou caminhando, só me dando tempo de falar: "Parabéns garoto! Você ta muito bem na TV." Ele agradeceu: "Valeu Guilherminho!" e foi embora! Fiquei estático, no meio da calçada, perplexo com aquela atitude dele, pois éramos amigos de freqüentar um a casa do outro. Passou-me pela cabeça todo aquele filme do esporro que levei. Um dia ele vai cair na real e notar que o quê "levamos" dessa vida é apenas o carinho e o amor das pessoas.

Novamente digo que minha decisão mais sensata, em toda vida, foi ter saído desse meio artístico. A guerra de egos acontece em todos os lugares, mas na TV é pior.

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