Presenciei uma cena no "calçadão" da Urca que me despertou dois sentimentos distintos: tristeza e alegria.
Estava andando e perto de mim, um pouco mais a frente, uma mulher negra muito bonita, que chamava atenção das pessoas. Pois bem, um entregador de compras, de bicicleta, de uma mercearia (como a Urca é pequena as pessoas se conhecem, mesmo que seja de vista) se aproximou dessa mulher e começou a jogar piadinha, como: "O que uma gata como você está fazendo sozinha?", "Vamos se conhecer melhor" e etc. Como ela não estava dando a menor "bola" pro cidadão, sempre olhando para frente, o indivíduo se irritou e disse; "pra uma empregadinha preta, você ta muito metida, heim, garota." A mulher parou indignada: "Como é que é? Empregadinha preta? Você acha que toda mulher preta é empregada, seu babaca? Eu sou promotora de justiça e vou te colocar na cadeia por preconceito!". O cara ficou branco, não sabia o que fazer. Pediu desculpas e acelerou as pedaladas. Uma outra pessoa que também viu a cena, olhou pra mim como se quissesse dizer "bem feito".
Tristeza, porque o preconceito, racismo, a padronização, o rótulo ainda estão vivos na cabeça das pessoas. De todas as raças, credo e classes sociais. Falta educação pro nosso povo. Para todos! Pro pobre e pro rico, sem distinção alguma.
Alegria, por dois motivos: um, porque o cara tomou um tapa com luva pelica. Dois, porque a maioria das vítimas desse tipo de preconceito está se instruindo, tornando-se autoridades, políticos, médicos, economistas, advogados. Ainda estamos anos luz de um país justo, mas já é um passo e tanto para o progresso.
Estava andando e perto de mim, um pouco mais a frente, uma mulher negra muito bonita, que chamava atenção das pessoas. Pois bem, um entregador de compras, de bicicleta, de uma mercearia (como a Urca é pequena as pessoas se conhecem, mesmo que seja de vista) se aproximou dessa mulher e começou a jogar piadinha, como: "O que uma gata como você está fazendo sozinha?", "Vamos se conhecer melhor" e etc. Como ela não estava dando a menor "bola" pro cidadão, sempre olhando para frente, o indivíduo se irritou e disse; "pra uma empregadinha preta, você ta muito metida, heim, garota." A mulher parou indignada: "Como é que é? Empregadinha preta? Você acha que toda mulher preta é empregada, seu babaca? Eu sou promotora de justiça e vou te colocar na cadeia por preconceito!". O cara ficou branco, não sabia o que fazer. Pediu desculpas e acelerou as pedaladas. Uma outra pessoa que também viu a cena, olhou pra mim como se quissesse dizer "bem feito".
Tristeza, porque o preconceito, racismo, a padronização, o rótulo ainda estão vivos na cabeça das pessoas. De todas as raças, credo e classes sociais. Falta educação pro nosso povo. Para todos! Pro pobre e pro rico, sem distinção alguma.
Alegria, por dois motivos: um, porque o cara tomou um tapa com luva pelica. Dois, porque a maioria das vítimas desse tipo de preconceito está se instruindo, tornando-se autoridades, políticos, médicos, economistas, advogados. Ainda estamos anos luz de um país justo, mas já é um passo e tanto para o progresso.